ABSTRACT
Semaprochilodus insignis is an Amazonian migratory fish species, moving in large shoals between white- and black-water rivers. It has long been classified as a detritivorous fish. However, it is possible that the trophic plasticity of S. insignis could be higher than previously assumed. The objective of this study was to investigate the relative contributions of autotrophic energy sources to the diet of S. insignis in the Negro and Solimões rivers and to determine if the species undergoes an ontogenetic change in the diet. We found variations between the δ13C and δ15N values of S. insignis between the rivers. In the Negro River, periphyton (84%) was the principal energy source for adults, while juveniles in the Solimões River foraged predominantly on terrestrial plants/C3 macrophytes (50%) and phytoplankton (42%). These variations in isotopic signatures are likely associated with migratory movements of S. insignis at different life stages and hydrological periods. Instead of the previously assumed dietary classification, we suggest that S. insignis varies its diet ontogenetically, with adults acting as illiophagous in black-water while the young are detritivorous in white-water rivers. The results show that this species creates complex links between food chains, thus emphasizing the importance of conserving flooded areas.(AU)
Semaprochilodus insignis é uma espécie de peixe migratório da Amazônia, movendo-se em cardumes entre rios de água branca e preta. Tem sido classificado como um peixe detritívoro-iliófago. Porém, é possível que a plasticidade trófica de S. insignis seja maior do que se supunha. O objetivo deste estudo foi investigar as contribuições relativas de fontes de energia autotróficas para a dieta do S. insignis nos rios Negro e Solimões e se a espécie muda ontogenticamente a sua dieta. Encontramos variações entre os valores de δ13C e δ15N de S. insignis entre os rios: Negro, o perifíton (84%) foi a principal fonte de energia para adultos, enquanto para os juvenis do rio Solimões, foram predominantemente as plantas terrestres/macrófitas C3 (50%) e fitoplâncton (42%). Essas variações nas assinaturas isotópicas provavelmente estão associadas a movimentos migratórios do S. insignis em diferentes estágios da vida e períodos hidrológicos. Ao invés da classificação alimentar previamente assumida, sugerimos que o S. insignis varie sua dieta ontogeneticamente, os adultos são iliófagos em águas negras, enquanto os jovens são detritívoros em rios de águas brancas. Os resultados demonstram que essa espécie promove ligações complexas entre as cadeias alimentares enfatizando, dessa forma, a importância da conservação das áreas inundadas amazônicas.(AU)
Subject(s)
Animals , Phytoplankton , Macrophytes , Amazonian Ecosystem , Food Chain , CharaciformesABSTRACT
ABSTRACT Few studies on fish assemblages and relations with environmental factors in aquatic systems in southeastern Amazonia have been carried out when compared to other areas in the Amazon. Therefore, which are the main environmental variables and processes responsible for structuring them remains unknown. We hypothesized that fish assemblages respond the variation in the physical-chemistry variables between seasons of the hydrological cycle in a pristine river in the Amazon. The study was performed on fish assemblages of the Tarumã River, Jaru Biological Reserve, Rondônia. Samplings were carried out in five sites along the river in March and September, 2015, which included fish collection and environmental data measurements. Principal component analysis was performed to ordinate the sites in high water and low water seasons, according to environmental variables. We used a similarity analysis in order to identify the individual contribution of species in hydrological period and a partial redundancy analysis for quantify the relative importance of environmental variables in the species composition. As predicted by our hypothesis, the species composition was influenced by dissolved oxygen and temperature. Myloplus rubripinnis, Serrasalmus compressus, and S. rhombeus were the most abundant during high water, while S. rhombeus, Myloplus lobatus, Prochilodus nigricans, and Hydrolycus armatus were the dominant species during the low water.
RESUMO Poucos estudos sobre assembleias de peixes de sistemas aquáticos do sudeste da Amazônia foram realizados quando comparado a outras áreas na Amazônia. As principais variáveis ambientais e processos responsáveis por sua estruturação permanecem desconhecidas. Nossa hipótese é que as assembleias de peixes respondem as variações das variáveis físico-químicas entre as estações do ciclo hidrológico em um rio preservado na Amazônia. O estudo analisou as assembleias de peixes do rio Tarumã, na Reserva Biológica do Jaru, Rondônia. As amostragens foram realizadas em cinco pontos amostrais ao longo do rio, em março e setembro de 2015, que incluiu coleta de peixes e medições de dados ambientais. A Análise de Componentes Principais ordenou os pontos amostrais nos períodos de cheia e seca, de acordo com as variáveis ambientais. Utilizamos uma análise de similaridade afim de identificar a contribuição individual de cada espécie em cada período hidrológico e uma análise de redundância parcial com o objetivo de quantificar a importância relativa das variáveis ambientais na composição das espécies. Conforme previsto por nossa hipótese, a composição de espécies do rio Tarumã é influenciada pelo oxigênio dissolvido e temperatura. Myloplus rubripinnis, Serrasalmus compressus e S. rhombeus foram mais abundantes durante o período de cheia, enquanto S. rhombeus, Myloplus lobatus, Prochilodus nigricans e Hydrolycus armatus foram as espécies dominantes no período de seca.
ABSTRACT
ABSTRACT The genus Cichla is a highly diverse group, with 16 species already described. Externally, some species are very similar and discriminating between them may be very difficult. Nevertheless, discrimination of fish stocks is essential for management purposes. Morphometric analyses of otoliths have been successfully used to distinguish species and fish stocks, especially in marine environments. This study evaluated whether sagittal otolith shape can be used to discriminate among the species Cichla temensis, C. monoculus, and C. orinocensis, as well as within populations of C. temensis in rivers of the Amazon. Shape indices and Fourier coefficients were used to describe the shape of the otoliths. Among the groups of species, the morphology of the sagittal otolith of C. temensis was totally distinct from the species C. monoculus and C. orinocensis. While among populations of C. temensis, individuals from the Negro and Jatapú Rivers were different, regardless of the methods used. These results confirm the ability to differentiate species and populations by using the morphology of otoliths. However, more research is needed to verify the role of genetic versus environmental and biotic effects, and thus be able to explain the discrimination observed in otoliths.
RESUMO O gênero Cichla é bastante diverso, com 16 espécies descritas. Algumas espécies são externamente muito similares e sua discriminação pode ser bastante difícil. Ao mesmo tempo, a discriminação de estoques pesqueiros é essencial para propostas de manejo. Análises morfométricas em otólitos têm sido utilizadas com sucesso para a distinção de espécies e estoques pesqueiros, principalmente em ambientes marinhos. Este estudo avaliou se o formato do otólito sagittal pode ser utilizado para discriminar entre espécies Cichla temensis, C. monoculus e C. orinocensis, bem como dentro de populações de C. temensis em diferentes rios amazônicos. Índices de forma e coeficientes de Fourier foram utilizados para descrever a forma dos otólitos. Dentre as espécies, a morfologia do otólito sagittal do C. temensis mostrou ser totalmente distinta das espécies C. monoculus e C. orinocensis. Enquanto no grupo das populações de C. temensis, os indivíduos dos rios Negro e Jatapú mostraram-se diferentes independente dos métodos utilizados. Esses resultados confirmam a capacidade de diferenciação de espécies e populações através da morfologia dos otólitos. No entanto, são necessárias mais pesquisas para verificar o papel dos efeitos genéticos em comparação aos efeitos ambientais e bióticos para explicar a discriminação observada nos otólitos.